Estudo de caso
A fábula dos porcos assados
Certa vez, ocorreu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada. A partir daí, até que descobrissem um novo método para preparar a carne, sempre que queriam comer porco assado incendiavam um bosque. O que quero contar é o que aconteceu quando tentaram mudar o Sistema para implantar um novo. Fazia tempo que as coisas não iam lá muito bem: às vezes, os animais ficavam queimados demais ou parcialmente crus. O processo preocupava muito a todos, porque, se o Sistema falhava, as perdas ocasionadas eram muito grandes – milhões eram os que alimentavam de carne assada e também milhões os que se ocupavam com a tarefa de assá-la. Portanto, o Sistema simplesmente não podia falhar. Mas, curiosamente, quanto mais crescia a escala do processo, mais parecia falhar e maiores eram as perdas causadas. Em razão das inúmeras deficiências, aumentaram as queixas. Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o Sistema. Congressos, seminários e conferências passaram a ser realizados anualmente para buscar uma solução. Mas parece que não acertavam o melhoramento do mecanismo. Assim, no ano seguinte, repetiam-se os congressos, seminários e conferências. As causas do fracasso do Sistema, segundo os especialistas, eram atribuídas à indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam, ou à inconstante natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda às árvores, excessivamente verdes, ou à umidade da terra, ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertavam o lugar, o momento e a quantidade das chuvas. As causas eram, como se vê, difíceis de determinar – na verdade, o Sistema para assar porcos era muito complexo. Foram montada uma grande estrutura: maquinário diversificado, indivíduos