ESTUDO DE CASO
A psicologia jurídica é a psicologia aplicada ao melhor exercício do direito. Utiliza como um de seus conhecimentos a compreensão do delito, isto é, a descoberta da sua motivação psicológica.
O aparelho psíquico possui uma causalidade própria. Assim, entende-se que todo ato psíquico tem intenção, motivação e significação; não se trata de um fenômeno esporádico, acidental, isolado e indeterminado, mas de um elo de uma série causal.
A partir desse entendimento, passaremos a analisar o caso de Edmund Emil Kemper III, serial killer que praticou assassinatos de maneira cruel na Califórnia nos anos 70.
Logo a partir da infância pode-se observar fatos na vida de Edmund que contribuiram para o desenvolvimento da sua psicopatia. A exposição a maus tratos, abandono e frenquentes conflitos familiares, levam a criança a desenvolver determinados padrões comportamentais, muitas vezes anormais e violentos. Edmund, na sua infância, matava gatos, enterrando-os vivos e mutilando-os. Fazia isto na verdade imaginando fazer o mesmo com seus familiares.
Sua mãe após a separação o maltratava, trancando-o sempre no porão. Edmund fora rejeitado também pelo pai, e considerava que os avós paternos não lhe tratavam tão bem quanto gostaria. Tal demonstra o quão traumatizante foi o crescimento dessa criança, o que se adequa a psicologia-evolutiva, doutrina para a qual o valor traumatizante das primeiras experiências infantis na adoção das normas ou estilos de vida ulteriores influenciam em muito o caráter do futuro adulto. E questiona até que ponto é correta ou não a afirmação de Comte, segundo a qual “os mortos mandam”. Querendo com isso destacar a forte influência que os pais exercem sobre o caráter dos filhos.
Na juventude (a idade dos contrastes, do desequilíbrio emocional), já morando com os avôs, num estopim de emoção e agressividade, após su avô lhe contrariar, Edmund a matou. Extravasando assim, todas as vontades que a muito vinha reprimindo. Para