Estudo de caso filme Mary e Max
Mary, uma criança de 8 anos, vive em Monte Waverley na Austrália. Mary vive imersa nesse mundo australiano marrom, que é sua cor preferida, a cor de seus olhos e também de uma marca de nascença que tem na testa. A cor marrom está relacionada a repressão emocional, ao medo do mundo externo e a baixa auto-estima. Ela é uma menina tímida, baixinha, meio desajeitada, usa óculos, é muito observadora, sensível e meiga. Era filha única de um casal, com uma dinâmica familiar profundamente neurótica e desestruturada. Seus pais eram individualistas, negligentes, orgulhosos, egoístas e omissos em suas funções de nutrir a filha de amor, carinho, atenção, compreensão. Seu pai, Noel Dinkle era um homem anti-social, introspectivo, apático, calado e triste. Com respectivos sinais de depressão, vivendo a margem da vida, sem vitalidade e prazer. Não expressava seus sentimentos. Trabalhava em uma fábrica colocando a cordinha nos saquinhos de chá e passava a maior parte de seu tempo em casa, isolado em seu galpão, bebendo licor e empalhando pássaros que encontrava na beira da estrada, sem participar em anda da vida da filha. Apesar de ser provedor da família, sua figura paterna e masculina era inexpressiva. Sua mãe, Vera Dinkle, intrigava Mary, era instável, fútil, vaidosa, com excessiva preocupação com a aparência, sendo espalhafatosa. Perversa e sem sentimentos maternais, não sabia acolher a filha a quem tratava com crueldade e menosprezo. Seu hobby era ouvir o Jogo de Criquet no rádio enquanto cozinhava. Era dependente química do cigarro e do álcool, consumindo Sherry como se fosse chá. Era Rouba mantimentos e objetos de lojas e supermercados. Mary tinha um profundo sentimento de rejeição, não se sentindo amada pelos pais e sua própria mãe lhe disse que ela tinha sido “um acidente”. A imaturidade psicológica infantil, de integrar essa dura realidade resulta em auto-estima baixa, complexo de inferioridade e sentimento de culpa por estar no mundo.