Estudo de case - o boticário
O administrador de empresas paranaense Artur Grynbaum, de 41 anos, presidente do Grupo Boticário, alcançou o cargo mais alto da empresa em 2008, quando tinha 37. Hoje, ele lidera mais de 1 600 funcionários espalhados pelas unidades de Curitiba e São Paulo e prepara a empresa para um salto histórico.
Em 2011, o Boticário entrou no mercado de vendas diretas, terreno de rivais como Natura e Avon. Para 2012, uma nova mudança está engatilhada: o Boticário vai ampliar a carteira de produtos, deixando de ser apenas uma empresa de cosméticos para vender também roupas, calçados e acessórios de moda.
"O desafio de expandir um negócio sempre me moveu", diz Artur. Há 24 anos na companhia, o executivo fez um MBA, passou por diversas áreas, foi diretor comercial e vice-presidente. Tecnicamente, seu currículo é completo. Mas, para ser escolhido pelo próprio fundador do grupo, Miguel Krigsner, como seu sucessor, Artur acha que foram outras competências, mais subjetivas, que pesaram.
"Tenho certeza que meu jeito de ser me ajudou a crescer e a chegar ao cargo que eu ocupo", diz. Artur está certo. Hoje, ter capacidade técnica é um pré-requisito. Mas o que faz com que alguém seja notado na imensidão de profissionais altamente qualificados são as chamadas atitudes comportamentais, mais difíceis de serem medidas, mas que garantem um desempenho acima do comum no dia a dia do trabalho.
Artur sintetiza essas competências como "jeito de ser", o que pode parecer pouca coisa, mas não é. A consultoria americana McKinsey conduziu uma pesquisa com mais de 140 presidentes com o objetivo de mapear quais aptidões comportamentais fazem a diferença para que um profissional encontre satisfação pessoal no trabalho e, consequentemente, entregue melhores resultados.
Segundo a consultoria, os líderes mais inspiradores têm, pelo menos, duas das cinco seguintes características bem desenvolvidas e reconhecidas por subordinados, colegas e chefes: atribuem significado ao trabalho;