Estudo da vida de de Ester
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Os dois Livros dos Reis
Introdução
"As intrigas da sucessão explodem no início do primeiro livro dos Reis que é uma continuação do segundo livro de Samuel. Dois capítulos serão suficientes para que seja resolvida uma nova etapa dessa história: a elevação a rei, por meio do comprometimento e do crime, do sucessor de Davi, seu próprio filho, Salomão, em rivalidade com outros pretendentes.
É, no entanto, com Salomão que o primeiro livro dos Reis nos oferece em oito capítulos o modelo do rei ideal. Dotado por Deus de sabedoria e poder real, excelente administrador, construtor do Templo do Deus único, Salomão é o rei por excelência, isto é, sábio por excelência. Porem, a história terminará mal, com
Salomão se deixando perder na idolatria por suas concubinas estrangeiras, enquanto um de seus oficiais, Jeroboão, tentava um golpe de estado.
O golpe realmente ocorreu após a morte do rei e com ele terminou a unidade inicial do reino de Davi. Daquela época em diante o povo único do Deus único se veria dividido em dois reinos de importância desigual: o reino do Norte, governado por Jeroboão, também chamado de reino de Israel, econômica e culturalmente mais rico do que o reino do Sul, ou reino de Judá, governado por Roboão, filho de
Salomão. O cisma nascido dessa divisão constituiria, antes do Exílio de 587, a grande provação da história de Israel até a queda do reino do Norte em 721. a partir daí o reino do Sul seria o único a representar o povo de Deus diante das nações vizinhas cada vez mais ameaçadoras nas fronteiras de um território exíguo demais.
A história relatada nos dois livros dos Reis e que termina com o episódio da queda de Jerusalém em 587 atacada pela Babilônia, já não apresenta mais o vigor narrativo e aquela espécie de regozijo característico dos livros de Samuel. A narrativa assemelha-se, em sua forma, a uma espécie de ladainha desolada de reis pecadores que fizeram o que é mal diante dos olhos de Javé.