Estudante
Ano III, Nº 5, Julho/2012
ISSN 2177-9961
RESENHA
Tudo pelo trabalho livre: trabalhadores e conflitos no pós-abolição (Bahia, 1892 – 1909). Robério Santos Sousa. Salvador: EDUFBA; São Paulo: Fapesp, 2011.
David Vital Silva Acioli* Dionísio Josino de Oliveira Filho** Graduado em história pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Mestre em História Social do Trabalho pela UNICAMP e atualmente Doutorando em História Social da Cultura pela mesma universidade, Robério Souza teve sua dissertação de mestrado publicada recentemente pela Edufba, com apoio da Fapesp. Em seu trabalho, Souza aborda o movimento dos ferroviários no pósabolição na Bahia, entre 1892 a 1909. O livro está dividido em três capítulos, nos quais os argumentos expostos estão apresentados de maneira gradativa, apresentando as temáticas em uma ordem até atingir o objetivo central deste trabalho, o que nos dá uma primeira impressão de que o texto possuía uma escrita truncada. No entanto, a partir do seu desenvolvimento, o autor faz com que criemos um laço de interesse com a reconstrução da trajetória das lutas sociais nas quais os negros fizeram parte essencial, levando em conta que a população baiana era predominantemente afro-descendente. O autor inicia com algumas considerações acerca do tema, colocando o leitor a par do assunto proposto e criando um universo de imagens da Primeira República, do pós-abolição e da criação de uma identidade comum para a classe operária, questionando e desmontando o “paradigma” de que ela fosse de origem branca e estrangeira. Caminhos de Ferro da Bahia ao Rio São Francisco (séc. XIX – XX) No primeiro capítulo, Souza afirma que o desenvolvimento econômico do Brasil do século XIX teve nas ferrovias o maior símbolo do progresso e, no caso do Brasil, uma tentativa de reforçar a unidade nacional. Ele explica que, com as estradas de ferro, há o início de uma intensa comunicação entre os povoados e cidades, formando uma extensa rede de