Estudante
A dinâmica organizacional da sociedade brasileira em sua forma peculiar, imprime às instituições de ensino o papel de reproduzir 1 as relações capitalistas. Considerar a educação no momento atual significa dispor-se a superar as teorias que lhe conferem um caráter simplesmente técnico, neutro. Significa assumir o caráter político inerente à ação de educar.
No bojo desta prática de espectro relativamente amplo, a organização curricular ganha espaço privilegiado, pois dela depende o conjunto de propostas e atividades que, intencionalmente organizadas, consubstanciarão aquilo que, formalmente, constituirá matéria do ensino. Este movimento intencional representa sempre a visão de um grupo que ao selecionar os conteúdos e disciplinas que comporão o currículo, estabelecerão concomitantemente as linhas ou eixos que deverão ser perseguidos ao aplicá-lo na sala de aula. Neste sentido, o currículo é também um forte instrumento de cultura, pois através dele pode-se instituir os conhecimentos e, se assim podemos nomear, os perfis de saberes que constituem determinada sociedade.
Estamos vivendo uma época em que não é mais suficiente produzir no ensino, competentes discursos em torno das questões de cunho filosófico, histórico e social que envolve o sistema educacional brasileiro. É preciso inserir também neste debate a ação produzida na sala de aula e articulá-la, de modo mais concreto, às diferentes necessidades da sociedade contemporânea, com a finalidade de construir projetos de ensino mais consistentes e condizentes com a realidade social do presente.
Desde 1970 a ABESS vem encaminhando diversos momentos de reflexão e revisão curricular. A maioria das discussões e atuais pesquisas por ela encaminhadas, dizem respeito aos