Estudante
Duns Escotus
Doutrina
Escoto legou-nos uma síntese vigorosa e original em cujo seio a razão desempenha papel relevante de acordo com a clássica formulação da philosophia ancilla theologiae. Dessa unidade orgânica é possível extrair os princípios fundamentais que informam e caracterizam o seu sistema filosófico-teológico.
1)Filosofia – O problema da metafísica, mormente de Deus, determina e comanda, em grande parte, a especulação filosófica. Poderá a inteligência humana romper os limites da sua finitude e elevar-se até Deus (Ser Infinito)? As grandes teses sobre o objeto próprio e adequado da inteligência, sobre a univocidade do ser e natureza da abstração, ao mesmo tempo em que estabelece em bases sólidas a legitimidade da metafísica, constituem resposta original e profunda a tal problema.
- Metafísica:
a) Noção de ser: Para o comum dos escolásticos, o ser diz-se de tudo quanto existe ou pode existir em realidade. Simplesmente a noção de ser atinge em Escoto um grau de abstração anteriormente desconhecido. Com efeito, o ser enquanto ser é concebido na sua pura formalidade, independentemente não só de qualquer determinação categorial, mas ainda dos seus modos finito ou infinito. Equivale, por isso, a entidade pura e diz-se de tudo o que é inteligível em si mesmo. Absolutamente indiferente à natureza das coisas, constitui, por isso mesmo, uma verdadeira noção transcendental.
b) Objeto primeiro e adequado da inteligência: Por um lado, contra os excessos do iluminismo agostiniano para o qual Deus constitui objeto primeiro da inteligência e, por outro lado, contra as insuficiência do empirismo aristotélico que propõe como tal a quidditas rei materialis, Escoto sustenta, pelo contrário, que o objeto primeiro da inteligência na ordem da adequação ou proporção é o ser enquanto ser. A ele, com efeito, se acha naturalmente ordenada a intencionalidade da inteligência, enquanto só por ele as demais coisas se tornam inteligíveis. Deste modo o ser, precisamente