Estudante
10359 palavras
42 páginas
Este capítulo trata da visão de Heródoto a respeito das tipologias de governo. O narrador conta a história de três persas – Otanes, Megabises e Dario – que discutem sobre a melhor forma de governo no seu país depois da morte de Cambises (o rei). A passagem é digna de estudo, uma vez que trata das três maneiras clássicas de governo; ainda, embora, sem as nomenclaturas atuais (democracia, aristocracia e monarquia). Otanes propõe entregar o governo ao povo persa que sofreu com a arrogância e a prepotência de um monarca (Cambises). Além disso, o defensor da democracia vê que o poder corrompe o ser humano que, mesmo sendo bom antes de governar, estará sujeito aos males do poder: prepotência, tirania, inveja e vaidade. Enquanto isso, no governo do povo, todos são iguais, os cargos são distribuídos pela sorte, os magistrados têm que prestar contas e todas as decisões estão sujeitas a voto popular. Essa é, portanto, a melhor maneira de governo. Já Megabises sugere o governo oligárquico e apóia Otanes no que tange à monarquia. A respeito do poder do povo, contudo, discorda, pois para ele (Megabises) a massa é inepta e inapta. Como argumento a favor da aristocracia afirma que o poder deve ser dado a um grupo de homens escolhidos entre os melhores e esses tomariam as decisões mais acertadas pelo fato de serem os melhores. Dario acredita na monarquia e, tomando como base o raciocínio de Megabises, justifica sua escolha dizendo que se deve escolher o melhor entre os melhores e esse faria as deliberações com correção. A respeito dos outros tipos de governo ele concorda com seu colega oligarca sobre a democracia, já em relação à aristocracia mostra-se preocupado com os conflitos pessoas que surgiriam nas disputas. A discussão de Heródoto possui caráter prescritivo e apresenta aspectos positivos e negativos de cada uma e cada personagem emite um julgamento de valor. Pode-se resumir o debate afirmando que há