Estudante
APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA
A PARTIR DAS COMPETÊNCIAS
DE PROCESSAMENTO FONOLÓGICO
Maria José Figueiredo
Psicóloga. Educadora de Infância. Diplomada em Estudos Superiores Especializados em Educação Especial (Área da deficiência mental/motora).
INTRODUÇÃO
A leitura, assim como a escrita, constitui a base de todas as aprendizagens escolares e por isso é objecto de estudo e de revisões constantes, tanto do ponto de vista conceptual como da análise das variáveis implicadas, processos subjacentes, etc. A Psicologia Cognitiva, dentro da qual se situa a Psicolinguística tem sido uma das abordagens que mais tem contribuído para a compreensão da natureza do acto de ler.
Um dos temas que mais tem sido debatido nos últimos anos insere-se na área do processamento fonológico, o qual se refere ao «uso da informação fonológica (isto é, dos sons de uma dada língua) no processamento da linguagem oral e escrita» (Wagner e Torgesen, 1987). Com efeito, nas últimas duas décadas a investigação realizada no domínio da leitura tem acentuado a importância das competências de processamento fonológico na aquisição das competências de leitura.
I - O PROCESSAMENTO FONOLÓGICO E A LEITURA
A fala é representada por um conjunto limitado de sons ou fonemas pelo que toda a palavra falada é gerada pela combinação desses sons básicos. Muito embora teoricamente sejam inúmeras as possibilidades de combinação desses sons, só um número relativamente pequeno dessas combinações é usado e muitas delas são comuns a mais do que uma palavra. Por exemplo, dos 3 sons contidos nas palavras faladas «pai» e «vai», dois são partilhados, isto é, na soletração dessas palavras os sons básicos em comum são representados pelas letras «a» e «i». Provavelmente, algum conhecimento da estrutura fonológica das palavras tal como «pai» e «vai» ajudará a criança a aprender um sistema alfabético escrito como o nosso em que as letras ou grupo de letras correspondem, salvo excepções, a