Estudante
O conceito de América Latina sob a ótica estadunidense é construído a partir de uma imagem pejorativa de um conjunto de países que compõe uma América não civilizada. Assim como para a França a relação da América Latina com os Estados Unidos é de subordinação, construção histórica e semântica que predominou sobre as demais. Esse conceito acabou ganhando um sentido econômico, onde os países com menos recursos financeiros são os considerados latino-americanos.
A política imperialista estadunidense reforçou o fato daquele país se considerar superior aos demais, no continente. Apoiados pela Doutrina do Destino Manifesto os Estados Unidos se consideravam como a nação escolhida por Deus para comandar e orientar os demais países das Américas.
Quando se pensa na definição de América Latina ou na construção da imagem de “outra América”, pode-se dizer tais conceitos tomam sentido tendo como pano de fundo o século XIX, período em que ocorrem fatos muito relevantes como: a marcha para o oeste, o destino manifesto e o lançamento da Doutrina Monroe.
A ética protestante trás dois elementos fundamentais para a formação dos Estados Unidos e a visão de superioridade em relação aos demais países das Américas: a predestinação e a ética do trabalho. No catolicismo a ética do trabalho é vista como uma coisa menor.
A ótica dos Estados Unidos para a construção da imagem da América Latina se baseia em conceitos assimétricos. A América Latina seria a antítese do que os Estados Unidos se consideravam ser. Enquanto esse país considerava ser composto por pessoas de raça pura, que professavam o puritanismo, a América Latina possuía uma raça predominantemente mestiça, associada à ideia de incapacidade e impureza, cuja religião principal era o catolicismo, baseada no “espanismo”, criticado desde o século XVII.