Estudante
Um Debate a Partir do Significado do Fenmeno Psicológico
Ana Mercês
Bahia Bock
Doutora em Psicologia
Social
Diretora da Faculdade de
Psicologia da PUC/SP
Presidente do Conselho
Federal de Psicologia
A Psicologia é apresentada despida de suas pendências naturalizantes.
O ser humano é visto como aquele que cria a história ao invés de sofrê-la passivamente. O artigo recoloca, seriamente, a Psicologia como participante do elenco das ciências sociais.
Vários estudos têm sido apresentados sobre a formação do psicológico. Pretendemos aqui, acrescentar a essa discussão um aspecto pouco abordado: a visão sobre o fenômeno psicológico e sobre o homem que tem embasado nossas propostas de formação.
É importante explicitar algumas referências teórica básicas que guiam nossa reflexão e que guiam aqui nossa visão sobre a formação: a concepção sócio-histórica em Psicologia, que, resumidamente, está fundada em cinco pontos básicos:
1. Não existe a natureza humana: o homem tem sido pensado, na Filosofia e em várias ciências, a partir da idéia de Natureza Humana concebida como uma essência universal e abstrata, o que o caracteriza desde sua origem. É a forma humana do Absoluto. Nestas concepções há sempre um homem apriorístico dentro do homem; há um homem que se atualizará, que se realizará, se as condições adequadas forem dadas. Há uma natureza em cada homem, natureza esta que o faz homem e que determina suas possibilidades.
Para nós, essa idéia de natureza humana tem um caráter ideológico, pois camufla a determinação social do homem, pensando-o de forma descolada de sua realidade social, realidade essa que o constitui e lhe dá sentido.
O homem e todo pensamento teórico e sistemático sobre ele tem origem na realidade social. No entanto, o resultado que temos nas ciências é uma idéia de homem como autônomo, como uma entidade, dotado de uma essência que o caracterfza como homem. A realidade social passa a ser pensada como o local