Estudante
José Geraldo de Freitas Drumond1
Presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, Minas Gerais, Brasil
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Drumond, J. G.; (2006). Os valores morais de uma profissão 2(3): 192-200 data de submissão: 21-06-2006 data de aceitação: 20-07-2006
Introdução
O vocábulo “profissão” é originariamente de conotação religiosa e significa “profissão de fé” ou “professar” uma religião (do latim: profiteor, profiteri, professus su, que significa voto público, fazer uma promessa pública, declarar publicamente um compromisso de fazer o bem a outros ou bene facere).
Professar (ou confessar) é sinônimo de disponibilizar-se para um determinado serviço, consagrar-se a uma atividade. Assim, desde o início da humanidade foram desenvolvidos alguns serviços imprescindíveis à sociedade, como a consagração
(profissão) aos serviços religiosos, aos cuidados da família, à administração da justiça e à atenção aos enfermos. Desde então, conceitua-se como profissional alguém consagrado a uma causa de grande transcendência social e humana. Por seu turno, a sociedade exige correção e retidão no desempenho deste mister, daí que outorga a estes cidadãos determinados privilégios como uma forma de retribuição por “consagrarem” a sua vida para servir esta mesma sociedade.
Assim, quando pessoas que assumem a responsabilidade de executar funções relacionadas com as dimensões mais sagradas da existência, como a religião, a justiça e a saúde não atuam de forma a respeitar a ética inerente à sua profissão ou função, a sociedade como um todo se torna diminuída em seus valores morais.
Por outro lado, a evolução dos costumes e os desenvolvimentos do conhecimento humano através da ciência e da tecnologia, fizeram com que as relações sociais se tornassem mais complexas, demandando o aparecimento de outras atividades, funções e profissões e, para exercê-las,
novos profissionais.
Profissão é, pois, uma atividade humana