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Em “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, Weber discorre sobre a relevância da reforma protestante para a formação do capitalismo moderno, de modo que relaciona as doutrinas religiosas de crença protestante, para demonstrar o surgimento de um modus operandi de relações sociais, que favorece e caracteriza a produção de excedentes, gerando o acúmulo de capital.
O PROBLEMA
Filiação Religiosa e Estratificação Social
Weber teve uma constatação que o instigou, na região estudada no vale do Ruhr, na Alemanha, geralmente os filhos dos católicos eram levados a escolher carreiras profissionais humanísticas, enquanto os protestantes escolhiam as carreiras técnicas. Logo, os protestantes estavam mais representados entre os industriais, dirigentes empresariais e técnicos de nível superior. Instigado por estas constatações, ele desenvolveu a pesquisa, na qual concluiu que alguns ramos do protestantismo (calvinismo, pietismo, metodismo e anabatistas), por causa, aparentemente, de sua fé e da ética que a partir dela desenvolveram, deram uma importante contribuição para a formação do espírito que impulsiona a economia ocidental moderna.
O Espírito do Capitalismo
Com a finalidade de determinar aquilo que ele chamava de “o espírito do capitalismo organizado e racional”, Weber se volta para um documento que aparentemente reflete este espírito, que “contém aquilo que procuramos numa pureza quase clássica e que”, ao mesmo tempo, “apresenta a vantagem de ser livre de qualquer relação direta com a religião, estando assim, para os nossos objetivos, livre de preconceitos”. Ele faz citações das máximas: “tempo é dinheiro, crédito é dinheiro e dinheiro pode gerar dinheiro”. Segundo Winn, “temos aqui a religião secular do trabalho”. O primeiro e maior mandamento é o de trabalhar do modo mais árduo possível, durante o máximo possível de horas, para se ganhar o máximo possível de dinheiro. O pecado cardeal é perder tempo ou