estudante
MariaAuxiliadora Schmidt*
RESUMO
Se o ensino de História passa em silêncio ou quase, a luta do povo, suas tradições, seus conflitos, seus momentos de glória ede dor, como pode se esperar que ele lhe possa dizer respeito? Opovo quer transmitir sua herança histórica, alembrança da opressão eos momentos cruciais nos quais ele foi ator, onde ele traçou um caminho em direção a uma sociedade nova. (Georges Snyders)
Aproblematização do título deste trabalho tem como referência uma perspectiva dialógica e relacional entre dois conceitos que se opõem sem se excluir: saber e conhecimento.
Em primeira instância, este diálogo remete aos significados que lhe são auferidos pela própria língua portuguesa, na qual, saber significa "ter conhecimentos técnicos eespeciais relativos a, ou próprios para", econhecimento diz respeito à "apropriação do objeto pelo pensamento, como quer que se conceba essa apropriação: como definição, como percepção clara, apreensão completa, análise, variando o grau de passividade ou de atividade que se admitam na posição do pensamento em relação ao objeto" (Novo Aurélio,
1999). Neste caso, a natureza do saber histórico escolar teria um componente mais utilitário, que o colocaria em oposição ao conhecimento histórico, de outra natureza.
Este diálogo remete, também, à recuperação de uma discussão que vem acompanhando o debate recente acerca do ensino de História no Brasil, desde a proposição dos Parâmetros Curriculares Nacionais pelo Ministério da
Educação. (1997;1998). Ao distinguir tipos de conteúdos históricos: conceituais, procedimentais e atitudinais, estes Parâmetros recorrem à idéia do "saber
• Profa. epesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná,
Unha de Pesquisa Cultura, Escola e Ensino. Profa. de Metodologia e Prática de Ensino de História da UFPR.
HISTÓRIA
& ENSINO, Londrina, v. 11, jul. 2005
35
histórico" utilizável,