estudante
As virtudes aristotélicas inserem-se numa sociedade que valorizava as relações sociopolíticas entre os seres humanos, donde a preeminência da prudência, da amizade e da justiça. Já as virtudes cristãs por sua vez, exprimem ideias, costumes e valores de uma sociedade voltada para a relação dos seres humanos com Deus e com a lei divina. Um pensador contemporâneo Alasdair Maclntyre redefiniu a ideia de virtude na sociedade contemporânea na qual a pluridade e diversificação de instruções sociais impõem variedade de condutas e comportamentos diferentes. Para Maclintyre a virtude é como práxis, sendo o agente, o ato, e a finalidade são inseparáveis e mesmo idênticos.
Razão, desejo e vontade
Duas correntes principais formam a tradição racionalista: aquela que identifica razão com inteligência ou intelecto “corrente intelectualista” e aquela que considera que, na moral, a razão identifica-se com a vontade “corrente voluntarista”. Existe semelhança entre essas duas correntes, porque por natureza somos seres passionais, cheio de apetites, impulsos desejos cegos, desenfreados e desmedidos cabendo a razão estabelecer limites e controles para paixões e desejos. Para a concepção voluntarista a vida ética ou moral depende essencialmente da nossa vontade, porque dela depende nosso agir e porque ela pode querer ou não querer o que a inteligência lhe ordena. A vontade má desvia a nossa razão da boa escolha no momento de agir. O dever educa a vontade para que se torne boa. Para os seres humanos, satisfazer as necessidades é fonte de satisfação. O desejo parte da satisfação de necessidades, mas acrescenta a elas o sentimento do prazer, dando as coisas às pessoas e às situações novas qualidades e sentidos.
Vontade e desejo
O desejo é paixão. A vontade, decisão. O desejo nasce da imaginação. A vontade se articula à reflexão. O desejo não suporta o tempo, já a vontade se realiza no tempo.