estudante
Filho de Georges Edouard Jeanneret, gravador de relógio, e de Marie-Charlotte Amelie Jeanneret Perret, musicista, Corbusier levou para suas obras a essência calvinista de sua família que sempre deixou bem acentuado a divisão entre o bem e o mal. Esse reflexo pode ser encontrado no contraste entre sombra e luz de suas edificações, segundo o crítico Kenneth Frampton[¹]. “Meus anos de infância se passaram com meus colegas em meio à natureza. Meu pai, aliás, dedicava um culto apaixonado às montanhas e ao rio que formavam nosso lugar. Estávamos constantemente nos cumes: o imenso horizonte nos era costumeiro. Quando o mar de nevoeiro se estendia ao infinito, era como o verdadeiro mar – que jamais eu vira. Era o espetáculo culminante. A idade de adolescência é a idade da curiosidade insaciável. Fiquei sabendo como eram as flores por dentro e por fora, a forma e a cor dos pássaros, compreendi como cresce uma árvore e por que se mantém em equilíbrio mesmo em meio ao temporal.” [²] Estudou na Escola de Arte Aplicada de La Chaux-de-Fonds e se formou gravador e designer de relógios. Aos 18 anos, junto com Louis René Fallet Chapallaz, projetou sua primeira casa, a Villa Fallet que trazia tudo o que aprendera com seu mestre Charles L’Eplattenier, muito ligado a Owen Jones e a Grammar of Ornament.
Seu mestre L'Eplattenier, que o inserira na arquitetura por ter notado o talento do jovem, almejava que seu melhor aluno se tornasse aprendiz de Josef Hoffmann. Para tal, enviou-o para Viena, em 1907, mas Corbusier rejeitou a oferta de trabalho de Hoffmann por ter se afeiçoado mais ao