Preconceito é não ter acesso à cultura negra A cultura e o folclore são dos negros, mas os livros foram escritos pelos brancos. Quem garante que palmares se entregou? Quem garante que zumbi foi assassinado? Este é um trecho de uma música que deixa clara a nossa ignorância em relação à cultura negra. Com a abolição os negros foram “libertados”, mas continuaram sem direito a escola, por isso que quase não há livros com registros das glórias e das vitórias dessa população. Quantos fatos há em livros de história do Brasil, que citam alguma vitória dos negros em relação aos senhores de engenho? Por que o Candomblé e a Macumba são vistos com tanto horror e preconceito? A resposta é simples, os fatos citados são de origem negra. É evidente que existe preconceito com os pobres, mas o preconceito com o negro existe de uma forma diferente. Ninguém barra um negro na porta de um clube porque hoje, isso é crime, mas e se não fosse? O fato de dois negros famosos se casarem com loiras, não podem ser citados como exemplo, já que a análise deve ser feita pela maioria e não de casos isolados. Os números sim são fatos importantes: existem somente quatro professores negros na Universidade de São Paulo; somente há dois alunos negros no curso de medicina na USP; quantos papéis principais de novela ou de desenhos da Disney estão nas mãos de negros? No mês de abril um motoboy foi espancado até a morte por policiais. A mãe deste rapaz, uma professora, disse que seu filho foi morto “por ser negro e desbocado”, ou seja, quem é negro quando diz existir preconceito, diz com propriedade. O preconceito existe porque faz parte da criação das pessoas, de uma forma subentendida, talvez, mas está presente em piadas, frases e comentários. Por que as pessoas, quando querem dizer que amanhã é um dia de trabalho dizem “amanhã é dia de branco”? Por que as pessoas, quando não gostam de uma piada dizem “que humor