estudante
O filme “O cheiro do ralo” tem como personagem principal um antiquário chamado Lourenço (Selton Mello), um homem rico, frio e solitário.
Lourenço se apaixona pela bunda de uma garçonete, porém, ele não se importa com quem é a dona da bunda, demonstrando uma coisificação do ser humano e fetichismo, pois ele não quer um relacionamento com a garçonete, sua intenção refere-se exclusivamente em pagar para ver o objeto do seu desejo, sem envolvimento sentimental.
No momento em que a garçonete oferece a oportunidade de Lourenço ver a bunda sem cobrar nada, sua lógica se desequilibra, pois para ele pagar pelas coisas lhe dá o poder e lhe isenta de laços afetivos.
Ele trata tudo e todos como mercadoria, valorizando a posse e, acima de tudo, o dinheiro. Lourenço acredita que todos tem seu preço, todos podem deixar seus princípios éticos de lado em troca do dinheiro. Isso pode ser observado na cena em que um senhor tenta vender uma caneta a Lourenço, e ele se recusa a comprar alegando não ter “ido com a cara” do sujeito e pergunta se aquele homem faria qualquer coisa para obter dinheiro, o senhor responde que não, pois tem seus princípios. Após algum tempo, o mesmo senhor retorna para mais uma tentativa de vender a caneta para Lourenço, mas, desta vez, ele pergunta o que Lourenço quer que ele faça para ter o dinheiro que ele necessita, se disponibilizando a abrir mão dos seus princípios, ou seja, se corrompendo. Toda essa situação proporciona prazer e poder para Lourenço.
O filme também retrata um personagem alienado do trabalho e da vida, pois ao invés de se reconhecer no que ele faz, como ele conta no filme, que quando começou a comprar e vender coisas ele se envolvia sentimentalmente com as histórias das pessoas, e com o passar do tempo, isso foi se perdendo e o único objetivo era a obtenção de lucros.
Lourenço não demonstra afeto por ninguém, e, o que podemos considerar mais próximo de sentimento por alguém é a busca dele em