A identificação exerce um papel importante no Complexo de Édipo desde o seu início. É um processo pelo qual um indivíduo assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro e se transforma total ou parcialmente, segundo o modelo dessa pessoa. A personalidade constitui-se e diferencia-se por uma série de identificações. Ela é a mais remota expressão de um laço social e emocional que uma pessoa tem com a outra. A identificação, no sentido de identificar-se, abrange na linguagem corrente, toda uma série de conceitos psicológicos, como, por exemplo, empatia, simpatia, imitação, contágio mental e projeção. Dessa forma, permite moldar o próprio ego a partir das características identificadas naquele que foi tomado como modelo, possibilitando a formação da personalidade do sujeito. Esse processo é totalmente inconsciente e opera de maneira a transformar o sujeito. Para Freud, o mecanismo de identificação é mais do que psicológico, é a operação pela qual o indivíduo humano se constitui. É muito intenso na infância e na adolescência e apresenta ambivalência desde o início, já que se expressa em ternura ou desejo de afastamento. A identificação participa do Complexo de Édipo uma vez que os investimentos nos pais são abandonados e substituídos por identificações. No momento em que é elaborada a fórmula do Complexo de Édipo, Freud mostra que essas identificações formam uma estrutura complexa na medida em que o pai e a mãe são objetos de amor e rivalidade. A presença de uma ambivalência relativamente ao objeto é essencial na constituição de qualquer identificação. A identificação comporta-se como um derivado da fase oral, em que se deseja um objeto, ele é assimilado e, depois, aniquilado pela ingestão. O canibal, por exemplo, permaneceu nessa etapa. A elaboração da segunda teoria do aparelho psíquico fez crescer a noção de identificação, já que defende que as instâncias da pessoa não são descritas em termos de sistema em que se inscrevem imagens, recordações e