Estudante
Tal destaque é justificado pelo fato de que, durante um bom tempo, Calabar foi considerado um traidor ao permitir que estrangeiros adentrassem o território brasileiro para salvaguardar seus interesses mercantilistas. Contudo, a visão sobre essa mesma personagem histórica ganha um tom diferenciado quando a peça de teatro “Calabar – O elogio da traição”, redigida por Chico Buarque e Ruy Guerra, tenta discutir se não haveria outro modo de compreender as ações de Calabar.
Sem dúvida, mais do que reverenciar a ação revisionista dos autores da obra, o professor tem amplas condições de organizar um debate por meio do qual os alunos possam discutir qual julgamento seria apropriado à Calabar e, principalmente, debater o momento histórico que leva Chico e Ruy a serem incomodados por essa questão do Brasil Colônia. Dessa forma, uma aula de história como essa pode dar o mais claro exemplo sobre como os interesses presentes influenciam nossa visão sobre o passado.
Inicialmente, o professor pode requer à classe a formulação de um quadro-resumo onde eles possam pontuar os contrastes mais nítidos contidos nas colonizações lusitana e holandesa. Por meio das informações coletadas em pesquisa, o docente monta um quadro a partir da fala de cada um dos alunos. Com isso, podemos abrir o debate para que eles possam ver e detectar qual tipo de colonização seria mais interessante à população brasileira.
Salientando as liberdades e direitos concedidos pelos holandeses, podemos supor que a maioria dos alunos defenda a atitude de Calabar