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Deus escolheu a literatura para deixar seu legado à humanidade. Poderia ter escolhido outra forma de manifestação artística, mas não o fez – e a Bíblia, uma obra literária, é o único objeto de arte reconhecidamente inspirado por Deus. Aliás, no limite, os cristãos consideram que a Bíblia é a Palavra de Deus, o que, de certa forma, transforma o Senhor em um escritor. E que escritor É claro que a inspiração divina está presente em todas as artes. Qualquer um que já tenha visto o Duomo de Florença, como é conhecida a Catedral de Santa Maria del Fiore, na Itália, há de concordar. A meu ver, trata-se da mais bela manifestação arquitetônica do mundo. E Michel angelo o ratificou, pois, antes de construir a Basílica do Vaticano, afirmou: “Eu construirei sua irmã, maior, mas não tão bela”. Diante de tanta beleza, que me levou às lágrimas, não há como negar que seus arquitetos estavam sob forte inspiração divina, ainda que sem o caráter metafísico da inspiração da Bíblia. Na música, basta escutar alguns arpejos de uma tocata de Bach ou os acordes ríspidos da quinta sinfonia de Beethoven para sentir e se arrepiar com algo maior do que a humanidade poderia produzir sozinha, sem uma transcendental inspiração divina. E na pintura? Há tantos exemplos – mas vale focar em certo ex-missionário que não batia muito bem da cabeça: Van Gogh. Olhar quadros do holandês, como Campo de trigo com corvos e Noite estrelada, podem levar o admirador para mais perto de Deus, tamanha a beleza registrada por seus pincéis e tintas. Mais uma vez, o Senhor está ali. Mas, apesar de todo este talento artístico divino para qualquer arte, a literatura foi a expressão escolhida por Deus para se manifestar ao homem. E a Bíblia, mais do que um livro, é uma verdadeira biblioteca. Ela apresenta textos fictícios nas parábolas, relatos não-ficcionais nos Evangelhos, literatura fantástica em Apocalipse, poesia em Salmos, erotismo em Cântico dos Cânticos, literatura técnica em Neemias e muito mais. Já que era