estudante
A Razão obedece a princípios formais, que lhe garantem a coerência. Uma das principais descobertas da Filosofia Clássica,foi a de que existem três princípios fundadores da racionalidade, que estão na base de todos os outros: O Princípio da Identidade, O Princípio da Não-Contradição: O Princípio do Terceiro Excluído: Estes três princípios regulam a estrutura formal do pensamento, não se referindo ao seu conteúdo. Eles indicam-nos como devemos pensar e não o que devemos pensar. São, por isso, princípios meramente formais. Mas isso não diminui a sua importância: se o nosso pensamento não estiver corretamente estruturado ( a isso chamamos coerência ), nada podemos pensar. É que só os pensamentos corretamente estruturados (em termos formais) são que podem receber um conteúdo. Assim, podemos concluir que, nos seus diversos níveis de desenvolvimento, os nossos pensamentos têm basicamente a mesma estrutura formal, o que varia é o seu conteúdo. Vejamos os seguintes exemplos:
a) ‘O João é um bom futebolista’.
b) ‘Ontem não choveu’.
c) ‘O homem é um animal racional’.
Se repararmos com atenção, podemos ver que, apesar de terem um conteúdo diferente, estes três enunciados têm a mesma estrutura formal:
Conceito-base + Elemento de ligação + Conceito-atribuído
Na linguagem da Lógica Clássica estes elementos, que constituem o juízo recebem a seguinte designação:
Sujeito + Cópula + Predicado
Um juízo, ou qualquer outro aspecto do pensamento, que esteja mal construído em termos formais, ou seja, que viole qualquer dos Princípios Lógicos ou das Regras deles derivados, diz-se válido em termos formais. Portanto, a validade formal do pensamento corresponde à sua coerência ou estruturação formal.
Mas já vimos que, para além de uma estrutura formal, os nossos pensamentos têm que ter um conteúdo (caso contrário seriam vazios). Ora, o conteúdo