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Gênero: machismo e submissão
Manoel William Ferreira Gomes
Professor do Departamento de Psicologia da UFMA.
Mestre em Psicologia Social pela UERJ.

1. Introdução
De acordo com Strey (1998), os temas de gênero tinham pouca expressão histórica. Quando trabalhados, indicavam apenas as diferenças de sexo entre homem e mulher. A mudança desse quadro, entretanto, ocorreu pelas pressões dos movimentos feministas, que se iniciaram no século XIX.
O Movimento Feminista não tem uma única origem, constitui-se de vários acontecimentos mundiais, como o acontecido na revolução norteamericana, cujo marco foi a reivindicação de John Stuart Mill às mulheres sobre as promessas da Declaração de Independência; na Revolução Francesa destaca-se a Declaração dos Direitos da Mulher e da cidadã, em 1791, inspirada na Declaração dos Direitos do Homem e, finalmente, “A
Reivindicação dos Direitos da Mulher” de autoria de Mary Wollstonecraft, datada de 1792. Com esse documento abre-se um espaço público para a manifestação feminista. Esse marco na história do Movimento Feminista estrutura as suas bases conceituais e teóricas, possibilitando a luta pela igualdade de direitos políticos e educativos das mulheres.
No decorrer do século XIX, essa luta feminista avança consideravelmente na Europa e nos Estados Unidos, verificando-se, inicialmente mudanças como a autonomia do indivíduo civil, o trabalho assalariado, o direito à instrução e à presença feminina na política. Outros aspectos, também importantes, nesse período, foram as constantes reformulações e conquistas femininas consolidadas pelas condutas individuais e coletivas, na legislação, na arte e principalmente no pensamento.
Prá (1997), apud Strey (1998, p.182), afirma que:
O pensamento e a luta pela igualdade e da relação igualdade para as mulheres se constitui no pilar básico do feminismo. Essa igualdade não só no sentido jurídico, a qual foi o objetivo primordial durante as primeiras etapas das reivindicações