estudante
Dando início a sua tese sobre forma, conteúdo e estrutura espacial, a autora faz algumas observações sobre o conceito de espaço. Ela afirma que a percepção do espaço se dá a partir de experiências, da vivência e interação com o meio desde os primeiros anos, porém, esta percepção não se exclui a individualidades e meios culturais. O espaço é mediador entre experiência subjetiva e a sua conscientização, de modo que a comunicação entre indivíduos se dá, em termos gerais, em traduções de imagens do espaço, usando proporções propriamente físicas para designar “intensidade” e “concretização” a elementos abstratos, como emoções, sentimentos, ideias, etc. Isso torna o espaço imprescindível para que um indivíduo possa conscientizar, formular e comunicar sua experiência. Com essas afirmações, Fayga pretende mostrar que cada indivíduo, principalmente o artista, tem ligação emotiva com o espaço, de forma que este se torne um elemento fundamental para nossa expressão.
Partindo do conceito de espaço, a autora explica um caráter básico da imagem que é a impossibilidade de reproduzi-la de tal forma a ser idêntica a primeira, pois deve ser levado em consideração que cada linha ou cada figura possui uma expressividade própria de modo a sempre variar a cada vez que esta é inserida no espaço, devido as experiências individuais de cada um. A expressividade de uma obra de arte, como ela diz, baseia-se no caráter dinâmico ou estático do movimento visual articulado. O movimento visual tem o sentido de leitura da obra, sendo o dinâmico expressado como um movimento semelhante ao de uma linha (qualquer linha partindo da esquerda para a direita) e o estático expressado sem movimento, como um ponto, fixo e indiferente. O dinâmico e o estático são combinados, contrastando estados como movimento e não-movimento, tensão e não-tensão, para assim alcançar o estado de ânimo da obra. O conteúdo expressivo de uma obra depende da proporção de qualidades dinâmicas e estáticas