Estudante
Ronaldo Matos Albano – Mestrando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEd da UFPI
Ao entrar em contato com as leituras sobre gênero atualmente, percebemos uma gama de trabalhos e concepções nas mais diversas perspectivas e nos mais diferentes contextos que contemplam a referida temática, e que, em razão talvez da sua complexidade, exige um olhar igualmente amplo, para que se possa refletir acerca deste tema de forma mais coerente, buscando uma maior clareza nos entendimentos e nas possíveis perspectivas encontradas na literatura e também na construção das próprias concepções dos que se propõem a mergulhar neste universo tão denso e tão necessário de ser investigado e discutido nestes contextos onde se faz presente. Para essa melhor compreensão dos rumos obtidos no universo dos estudos sobre gênero, um ponto essencial é a questão da sua historicidade, que certamente esclarece e justifica muitas das perspectivas atuais desta temática, em função dos reflexos e impregnações que foi adquirindo desde a sua origem, desde as primeiras sinalizações de que estudos nesta área eram pensados e evidenciados, em maior ou menor repercussão, mas que como todo novo campo de estudo, nasce de inquietações e sofre a influência direta do contexto sócio-cultural no qual está inserido. No campo do gênero, não foi diferente, e como enfatiza Louro (1997, p.14), os estudos de gênero e o seu conceito hoje estão diretamente ligados à história do movimento feminista contemporâneo e que “constituinte desse movimento, ele está implicado lingüística e politicamente em suas lutas e, para melhor compreender o momento e o significado de sua incorporação, é preciso que se recupere um pouco de todo o processo”. Como nos relata Strey (1998, p.181): esse movimento teve suas origens em vários acontecimentos: na revolução norte-americana, quando John Stuart Mill reivindica para as mulheres as promessas da Declaração de Independência;