Estudandte

Fiat Lux: o “religare” como experiência fenomenológica na arquitetura. FABÍOLA DO VALLE ZONNO

- Na arquitetura a luz constrói o espaço e suas relações, evidenciando o sensível de modo a atingir o espiritual –, é o que afirma o artigo “Fiat Lux: o religare como experiência fenomenológica na arquitetura” da Professora Fabíola do Valle Zonno. Na qual, introduz que a luz é um elemento histórico utilizado como parte da arquitetura religiosa, a autora enfatiza que atualmente a presença da luz em construções religiosas ainda é empregada para instituir o ‘religare’. Para exemplificar a historiadora cita diversos significados e simbologias religiosas referentes à luz, ela explica que desde as primeiras construções religiosas, sejam elas baseadas na escala humana ou na escala divina, tem-se o intuito de configurar a entrada seguindo uma referencia solar. Esse intuito constrói uma correlação entre o observador e o objeto, criando uma atmosfera espiritual ao local.
Valle Zonno cita Maurice Merleau-Ponty para explicar a percepção humana como consciência encarnada, ou seja, nossa experiência com os elementos visuais constituem os sentidos, fazendo parte do indivíduo observador, as ideias e sentimentos formam um conjunto com corpo. Para complementar essa ideia cita Henri Bergson, o qual afirma que a percepção está relacionada a lembranças do passado, utilizando o conceito de duração e movimento, ou seja, exteriormente muda, mas os momentos sucedem pra que sejam relembrados. Deste modo faz-se o paralelo entre sujeito-arquitetura, a percepção do divino que constrói o invisível, a partir da experiência luz-espaço.
A partir de estudos de Mircea Eliade, a autora parte para o conceito de hierofania - manifestação do sagrado através de objetos que fazem parte do âmbito religioso. A luz pode ser tratada como um objeto de hierofania proveniente da condição de percepção e experiência do indivíduo religioso. Na arquitetura a luz preenche o espaço e traz a presença do divino.
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