Estruturas Sociais do Feudalismo
Estruturas Sociais
Como reação a um momento de certo “imperialismo” da História Econômica, ganhou prestígio a idéia de que “toda História é social”,afirmativa verdadeira mas realizável somente depois de a globalidade histórica ter sido decomposta em partes, para poder ser analisada. No entanto a fragmentação foi excessiva nessas últimas décadas: monges, camponeses, burgueses, tecelões, peregrinos, pobres, prostitutas, rebeldes, mulheres, crianças etc. Apesar de a História Social ter privilegiado a noção de estrutura antes que outros campos das Ciências Humanas, ela encontra-se atualmente tão estilhaçada em nichos de hiperespecialização que perdeu sua identidade. A História Social total deve ser o objetivo último dos estudos históricos, não uma etapa da reconstituição do passado, um campo específico do saber.
A redefinição da Primeira Idade Média
Os primeiros séculos medievais conheceram uma cristalização da hierarquia social, fenômeno que na verdade já se desenvolvia anteriormente, mas que se completou apenas no século IV. Nessa tentativa global de salvar a civilização greco-latina (Apêndice 2), acreditou-se que um dos caminhos seria um rearranjo das camadas sociais e sua posterior petrificação, impedindo que novas mudanças alterassem aquela pretensa estabilidade. A camada dirigente julgava ter assim restabelecido a ordem, ter inaugurado uma reparatio saeculi, uma “idade da restauração”. A partir de então, a aristocracia burocrática foi absorvida pela elite tradicional através da cultura e do estilo de vida. As camadas médias, rurais e urbanas, encolhiam. As primeiras, devido à generalização do patrocinium, laço de dependência que se criava entre um camponês livre e um grande proprietário .Por outro lado, o latifundiário tirava aquele homem da órbita do Estado (pagamento de impostos,