Estrutura do texto dissertativo
Há várias maneiras de organizar o texto dissertativo para que esse resultado seja atingido. Mas desde a Antiguidade* uma forma de estruturação vem se impondo: a que se convencionou chamar de estrutura ortodoxa da dissertação. Trata-se da organização do texto em três partes bem definidas, cada uma delas desempenhando um papel específico: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Espera-se que uma dissertação comece com uma introdução em que se apresente o tema posto em debate, já procurando conseguir adesão do interlocutor à posição do enunciador; prossiga com o desenvolvimento em que as concepções sugeridas na introdução sejam expandidas e comentadas; encerre-se com uma conclusão em que as informações apresentadas no desenvolvimento sejam reunidas em torno da tese prenunciada na introdução.
Introdução
A introdução, como o próprio nome sugere, tem como finalidade conduzir o leitor para dentro do texto, situá-lo, apresentando-lhe as intenções daquela dissertação. Para isso, espera-se que uma introdução tenha pelo menos dois elementos: a explicitação do tema – o que significa dizer que, ao ler a introdução, o interlocutor deve inteirar-se do assunto que será abordado no texto; a especificação da visão de mundo do enunciador ou pelo menos uma pista de qual será sua posição, isto é, a tese a ser defendida.
O leitor deve ser capaz de, a partir da introdução, deduzir qual é o tema do texto (estar por dentro dele) e qual é a opinião do enunciador sobre a questão posta em debate. Por isso, a introdução, quando bem construída, produz uma expectativa: permite imaginar, de antemão, qual será o percurso argumentativo do texto, pois expõe o tema e dá pistas da visão de mundo com que o enunciador se identifica.
Como exemplo, vejamos a introdução de dois textos dissertativos sobre um mesmo tema (“redução da maioridade penal”), porém divergentes em relação à posição ocupada pelos seus autores.