Estrutura do DNA
A estrutura do DNA é hoje em dia conhecida por qualquer colegial bem informado, assim como a Teoria da Relatividade. Porém, como a Relatividade, sua compreensão é parcial e, para fins de pesquisa, realmente insuficiente. Também para aqueles que desejam estudar as novas técnicas em genética molecular, é fundamental um conhecimento mais aprofundado da estrutura do DNA, de sua replicação e dos mecanismos de transcrição da informação gênica. Mais uma vez lembramos que não pretendemos dar todo este conhecimento através deste texto, mas apenas servir de guia para o estudo do assunto.
A estrutura em hélice dupla para o DNA foi proposta por Watson e Crick, que se basearam em parte nos resultados da difração de raios X , obtidas por Rosalind Franklin. O modelo proposto em 1953 é o que chamamos hoje em dia de DNA B. Nesta hélice as duas cadeias de DNA estão ligadas entre si por pontes de hidrogênio, que são ligações fracas não covalentes, formadas entre bases opostas nas duas cadeias (ou fitas). O pareamento é muito específico: a base purínica Adenina pareia somente com a base pirimidínica Timina, enquanto que a outra base purínica, Guanina, pareia com a base pirimidínica Citosina. Por isso, o número de bases A tem que ser igual ao de T, enquanto o número de bases C será sempre igual ao de G. O pareamento AT e GC (regra de Chargaff) se faz por duas e três pontes de hidrogênio, respectivamente. Assim, a sequência de bases de uma fita não é igual à da outra, porém complementar: dada a sequência numa fita, a sequência de bases da outra estará prontamente determinada.
Estas características do modelo de Watson e Crick são bem conhecidas. Há outras, menos conhecidas porém não menos importantes. As duas fitas são antiparalelas. O que significa isto? Para compreender esta característica é preciso antes discutir-se um pouco a forma com que uma nova molécula de DNA é feita. Arthur Kornberg isolou no fim dos anos 50 uma enzima capaz de