Estrutura de paragrafos
Introdução
Interagimos com o/no mundo através da linguagem, por meio de discursos, concretizados em texto. Pelo texto, manifestamos opiniões, partilhamos idéias, buscamos representar o mundo e a história nos quais estamos imersos. Como afirma Costa Val (1999:4), por meio de textos, dialogamos e transmitimos conhecimentos, estabelecemos vínculos afetivos, demonstramos sentimentos e emoções. Partilhando com a opinião de Bastos (1999:99), o texto é uma unidade lingüística numa ocorrência comunicativa, que extrapola a idéia de sentenças coesas e coerentes, visto que ele é um estímulo intermediário entre o autor e o leitor, em que ambos compartilham conhecimento de mundo. Essas noções de texto podem parecer amplas. No entanto, ao nosso ver, são noções básicas que a escola normalmente esquece.
Concebendo texto dessa forma, gostaríamos de tecer algumas relações entre ele (o texto) e o processo de produção escrita na instituição escolar. A atividade de produção de textos na escola ainda parece-nos precária. Geralmente ela acontece como produto final de uma série de exercícios (gramaticais?) . O aluno, enquanto sujeito escritor, desconhece a existência de um interlocutor, não tendo algo para dizer a alguém, como diria Geraldi (1991). O ato de escrever deixaria de ser uma atividade comunicativa para se tornar ... se tornar o que mesmo?
Dessa forma, no processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa, muitas vezes torna-se complexo criar, em sala de aula, condições para que o aluno possa perceber essas relações existentes no texto. E assim, grande parte das vezes, o aluno não é levado a dominar esses recursos. Isso torna a sua produção textual redundante, incoerente, mal formada, longe de atingir o efeito que o produtor buscava.
Normalmente, o professor consegue perceber esses desvios relacionados à falta de coerência do texto, mas, por falta de parâmetros, não consegue identificá-los com