estratégia de arbitragem Itau
Conforme visto em sala, a estratégia de arbitragem definida por Ghemawat consiste essencialmente em explorar as diferenças culturais, administrativas, geográficas e econômicas entre os países de forma que estas se tornem pontos positivos, e não ameaças para a organização. Do ponto de vista do Itaú, enquanto instituição financeira que não produz nenhum bem físico, alguns elementos comuns que poderiam ser explorados numa estratégia de arbitragem deixam de fazer sentido. Por exemplo, o acesso a “matéria prima” não faz sentido se não há produção, e a mão de obra barata também não tem o mesmo significado. Entretanto, outras dimensões se abrem quando falamos de bancos comerciais, conforme veremos abaixo.
Arbitragem Cultural
O primeiro elemento que pode fazer sentido ao pensarmos em uma estratégia de arbitragem para o Itaú e a cultura de país para o qual ele planeja expandir quanto ao dinheiro. Por exemplo, na França existe uma cultura de poupança muito superior ao Brasil, fazendo com que os bancos tenham um papel mais central na vida das pessoas e, principalmente, com que estes tenham uma soma mais importante de recursos para “redistribuir” por meio de empréstimos. Este é o caso, também, na Argentina: enquanto no Brasil o índice de Gross Savings (ou seja, a renda nacional menos o consumo mais transferências) é de 15% do PIB, na Argentina esse valor é de 22%, quase 50% maior1. Isso indicaria que o Itaú poderia adotar uma estratégia diferente na Argentina, oferecendo, talvez, retornos menores sobre as aplicações financeiras dos clientes, uma vez que estes já têm a cultura de poupar dinheiro.
Já olhando do ponto de vista de aversão ao risco, os ingleses são muito mais agressivos que os brasileiros. De fato, um pesquisa realizada em 2009 indicou que naquele então apenas 1,62% dos brasileiros tinham ações cotadas em bolsa de valores. No mesmo ano, o número para o Reino Unido era de 15,09%2. Diante disso, é de se esperar que a estrutura do Itaú