estrategias comportamentais no tratamento do obeso com compulsão alimentar
Estratégias Comportamentais no Tratamento do Obeso com
Compulsão Alimentar
Adriano Segal – Doutor em Psiquiatria pela
FMUSP; Coordenador da Psiquiatria do
Ambulatório de Obesidade e SM do Serviço de
Endocrinologia e Metabologia do HC-FMUSP;
Diretor de Psiquiatria e TA da ABESO;
Presidente da COESAS-SBCBM (Comissão de
Especialidades Associadas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica).
I. Situando a Terapia CognitivoComportamental para a
Obesidade e para a Compulsão
Alimentar
Obesidade obesidade não é classificada como um transtorno psiquiátrico e nunca foi, diga-se.
Apesar disso, a mesma foi por muito tempo compreendida como uma manifestação somática (ou seja, uma consequência) de um conflito psicológico subjacente que o indivíduo obeso só conseguiria resolver através da hiperfagia, denotando formação egoica inadequada.
Um forte estigma contra os obesos, possivelmente causa e consequência das teorias supracitadas, está presente. Este se caracteriza por uma diversidade de atitudes negativas frente ao obeso, tais como menor chance de empregabilidade, menor chance de estar envolvido num relacionamento afetivo e outros igualmente agressivos. Estas posturas negativas estão também presentes nos profissionais de saúde, o que pode explicar a variedade de propostas terapêuticas ineficazes ou de segurança inadequada:
A
14 – ABESO 57 – junho 2012
dadas a baixa crença de que o obeso responda a tratamento adequado e a crença de que, no fundo, obesidade não é uma doença e, sim, falta de força de vontade, “qualquer coisa pode”. Ou, no outro lado da mesmíssima moeda, nada pode: medicações antiobesidade sempre tendem a ser vistas como supérfluas e, por isso,
“desnecessariamente perigosas”.
De fato, nas pessoas obesas que procuram tratamento, existe um aumento de prevalência de quadros psiquiátricos, tais como transtornos depressivos, ansiosos e alimentares. Pacientes com comorbidezes psiquiátricas têm