Estetica
A “Teoria das Ideias” platônica surgiu para explicar primeiramente o problema colocado por Sócrates sobre definições. Em seu desenvolvimento foi necessário estabelecer as ideias como unificadoras dos múltiplos objetos dados nas sensações (representações do olfato, paladar, visão, audição e tato), que sozinhos não são suficientes para explicar as representações desses objetos e sua essência.
Platão divide, assim, a realidade em dois universos distintos: o inteligível e o sensível. O primeiro contém as formas puras, as essências e o fundamento da existência dos seres do segundo. Assim, tanto os seres da natureza quanto os homens são cópias sensíveis de modelos originais inteligíveis.
É a partir disso que Platão faz sua crítica à arte. Cada ser particular participa das ideias (a participação é a relação entre o todo e as partes) sem se confundir com elas, que são, pois, absolutas. O mundo é uma cópia do real e esse afastamento do verdadeiro já é uma Dessemelhança, ainda que natural. Entretanto, Platão julga a arte como imitação, capaz de enganar, uma vez que a realidade sensível já é uma imitação do inteligível. A arte afasta ainda mais do real, pois imita a cópia. A imitação da cópia é o que Platão chama de Simulacro, que introduz uma desmedida maior do que a própria existência do mundo natural. Por isso Platão rejeita a arte em seu estado ideal, querendo, com isso, substituir a Poesia pela Filosofia.
Já para Aristóteles, esse modelo platônico é inútil e insustentável. Para ele, a realidade é o sensível e “o ser se diz de várias maneiras”. Quer dizer que se denominam os seres sempre em relação a uma categoria e a um gênero universal abstraído dos seres particulares. A imitação, pois, torna-se até benéfica porque representa uma composição de narrativas que mostram experiências possíveis. A imitação tem um caráter pedagógico, pois que seu efeito (catarse) promove uma identificação com o personagem, criando ou