Estetica e Funcionalidade
Estética fundamentada
A vida diária, tal como se apresenta em nosso dias, oferece-nos constantemente impressões, informações e situações que exigem um juízo ou pelo menos uma análise, sob pena de adquirirmos ideias com as quais não concordamos, ou assimilarmos conceitos que não traduzem fidedignamente o que pensamos. Esta situação dá-se em todos os campos do agir humano, entretanto, cada um deles exige diferentes graus de esforço. Aqueles princípios que se nos apresentam explicita e esporadicamente são, sem dúvida, mais fáceis de classificar do que outros de caráter dissimulado e repetitivo. Estes últimos encontram-se, muitas das vezes, encobertos sob uma escultura, um quadro ou até sob a disposição do mobiliário de uma sala. É sobretudo experiência estética que podemos encontrar princípios de índole até metafísica, mas que contudo, de difícil explicitação.
Neste artigo propomo-nos a tratar sobre o relacionamento existente entre a estética e a metafísica, e ainda, como estes se devem harmonizar com a funcionalidade. Nosso artigo será baseado no Prof. Plinio Correa de Oliveira. Tendo partido do estudo dos primeiros princípios, era necessário encontrar um autor que, não só tivesse estudado o processo da contemplação estética em relação com esses, mas que sobretudo pudesse descrever como, desde a mais tenra infância, analisou em si esse fenômeno. Nas conferências do Prof. Plinio pudemos encontrar este contributo inédito e, ao mesmo tempo, essencial para melhor aprofundar as investigações que nos propomos fazer.
Primeiros princípios e Estética
Existem na alma humana, desde sua concepção, certos conceitos do intelecto. Não propriamente ideias inatas, mas algo à forma de semina scientiarum[1]. O principal deste princípios, e no qual os restantes encontram sua procedência, é o de identidade, segundo o qual o ser é, e o não-ser não é. Tais considerações são particularmente evidentes nas crianças que, por se encontrarem mais