Arquitetura, estética e funcionalidade
Não obstante, quem consegue passar do básico e chegar à uma moradia propriamente dita, certamente vai enfeitá-la, pintar com as cores do seu agrado, pôr pedras no entorno etc., o que me faz pensar que, de alguma maneira, estética faz parte da vida de todos, ainda que não entre no sonho ou caiba no bolso da maioria.
Não importa se é uma casinha, um super-edifício ou uma obra institucional. Por mais bela, curiosa, original, surpreendente que seja uma obra, se chove dentro não cumpre sua função básica. O mesmo vale para um ambiente muito frio, úmido ou quente demais, que expulsa seu usuário porque teve aberturas mal pensadas, e que só pode ser corrigido com o uso de fontes externas de energia, e em alguns casos nem pode. E nessa questão térmica a maioria das obras é inadequada, até as chamadas “inteligentes”, que com tecnologia de ponta inventam ambientes confortáveis, mas no fundo são bem “burrinhas”, porque num planeta com recursos finitos inteligente é o que guarda, não o que esbanja energia.
Arquitetura não deve só encantar, surpreender fugindo do “pão de forma”, mas ter presente que o prazer vai além do olhar — não se engana a pele, que é o estar bem, o sentir-se bem, sem o quê a arquitetura não cumpre seu