Estamira
Estamira apresenta um quadro psicótico de evolução crônica, com alucinação auditiva e visual, pois ocorre em certas partes do documentário alguns sintomas, como quando ela está no aterro sanitário e do nada pergunta se estão ouvindo a mesma coisa que ela, que seriam vozes militares, pois ela fala em números e ao terminar fala por câmbio e depois começa a falar em outra língua, como se fosse alemão. Outro sintoma seria o visual, como quando ela esta na cozinha de casa e fala ter visto algo e de repente ela cruza os braços sobre o rosto, como que afugentando a alucinação visual. Para Freud, as psicoses são distúrbios resultantes de conflitos entre Ego e realidade, refletem o fracasso no funcionamento do Ego em permanecer leal à sua dependência do mundo externo e tentar silenciar o Id frente a uma frustração da não realização de um daqueles desejos de infância “invencíveis” e profundamente enraizados na organização filogeneticamente. Numa psicose existe a predominância do Id e a perda presente da realidade. O afastamento do Ego da realidade é a primeira etapa de uma psicose e a segunda é a tentativa de reparação do dano causado e de restabelecer as relações com a realidade sem restrições ao Id, remodelando a realidade, pela indisposição do Id em adaptar-se às exigências, para criar um novo e imaginário mundo externo e o colocar no lugar da mesma realidade externa. Isso é visto em Estamira, quando certas vezes no documentário ela parece criar um mundo fora da realidade, ou seja, o mundo que ela vê e ouve relaciona-se a época militar,