Estados falidos na África
O conceito de estado fracassado surgiu no final dos anos 90 para descrever um país no qual os básicos mecanismos de controle não funcionam efetivamente para todo o território nem toda população. Geralmente uma guerra civil cria essa condição de estado fracassado, permitindo que a população ignore o poder central e o fragmente em poderes locais. Na mídia, o conceito de estado fracassado associa-se com a intervenção externa de países de grande influência política e econômica, ou de forças de paz que atuam durante uma guerra civil. Na África, vários países aceitam-se tal condição de colapso, como em Angola, Burundi, Somália e Sudão. A intervenção de países como Estados Unidos e organismos internacionais como a ONU durante a década de 90 até os dias atuais sugere a emergência de uma nova forma de imperialismo, guiado pelo interesse de grandes poderes. Serra Leoa, Congo-Brazzaville, Costa do Marfim e Libéria são exemplos de países que tiveram a ação de forças externas durante períodos de guerra civil. É por meio desses exemplos que o capítulo se estrutura posteriormente. Em Serra Leoa, a década de 90 abalou o país por uma guerra civil envolvendo a vizinha Libéria. Em 1991, Charles Taylor e seu partido Frente Patriótica Nacional da Libéria tentaram obter o controle da extração de diamantes na região sudeste de Serra Leoa. Após a criação da guerrilha da Frente Revolucionária Unida durante o governo de Valentine Strasser, o país é marcado por sucessivos golpes e entra em guerra civil. A guerrilha se intensifica, alimentada pelo tráfico ilegal de diamantes extraídos de minas sob o controle de rebeldes. O presidente eleito em 1996, Ahmed Tejan Kabbah é deposto no ano seguinte pelo major Johnny Paul Koroma, que é aliado da RUF. No mesmo ano, a ONU impõe sanções econômicas à nação, e forças de paz da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental intervêm em Serra Leoa. Enquanto RUF