Estado e nação
Uma nação é sempre o resultado da história, uma obra de séculos. Desenvolve-se por meio de provações, de sentimentos experimentados pelos homens, não raro do emprego da força, ou ainda pela interação de elementos raciais e culturais.
A nação é a comunidade natural de homens que, reunidos num mesmo território, possuem em comum a origem, os costumes e a língua e estão conscientes desses fatos. Tal definição, que sintetiza o consenso da maioria dos especialistas, engloba os elementos essenciais para a constituição da nacionalidade: tradição comum de cultura, origem e raça (fatores objetivos), e a consciência do grupo humano de que esses elementos comunitários estão presentes (fator subjetivo).
É o segundo fator, fundamental para a existência da nação, que une seus membros; mais do que a identidade de idioma ou a convivência num mesmo território, é o vínculo puramente moral ou psicológico representado por um destino comum, forjado na história da formação da nacionalidade. Todos os homens pertencentes ao grupo estão unidos não apenas porque seus antepassados também o estiveram, mas porque assim querem permanecer no presente, para atingir os objetivos comuns no futuro. Esse elemento voluntarista, menos tangível que os componentes objetivos, é essencial.
Elementos constitutivos.
A própria fluidez do conceito de nação torna difícil determinar, em termos rigorosamente científicos, seus elementos constitutivos. O elemento étnico, sempre apontado de início, não é, entretanto, inteiramente aceitável, em face das misturas raciais verificadas ao longo da história -- tanto de indivíduos quanto de grupos inteiros em conseqüência do comércio, das conquistas militares e das migrações.
Costuma-se ainda indicar como elementos constitutivos da nação a tradição histórica, a cultura, o idioma e a religião. Tais elementos, da mesma forma, não são essenciais. Uma religião comum, por exemplo, pode vincular homens de diferentes nações, mas nada impede que numa mesma