Estado e economia no período 1930-1950
1. O golpe de 1930 e o caráter do novo Estado
Na década de 1930 teriam ocorrido transformações econômicas que significariam uma primeira ruptura “no que diz respeito ao avanço da acumulação capitalista no país, no sentido da implantação de núcleo básico de indústrias de bens de produção, bem como no da redefinição do papel do Estado em matéria econômica, visando tornar o pólo urbano-industrial o eixo dinâmico da economia”. Autora relaciona essas mudanças não só ao contexto internacional (crise de 29), mas também, e principalmente, com o contexto sócio-político de crise do grupo cafeeiro paulista ( que também significa crise do sistema agro-exportador baseado no café) (p. 13).
Destaca papel dos descontentamentos com o modelo da “República Velha”, dos movimentos sociais que marcaram a década de 1920 como sinais de desgaste que se acumularam e culminaram no movimento de 1930 (p. 14).
SOBRE DESLOCAMENTO DE PODER (para pensar o momento como de DEBATES políticos, não da instituição de um modelo pronto – chave de pensamento da aula passada): “De um modo geral, podemos afirmar que o golpe de outubro dc 1930 resultou no deslocamento da tradicional oligarquia paulista do centro do poder, ao mesmo tempo cm que os demais setores sociais nele envolvidos e vitoriosos — as demais oligarquias agrárias não-exportadoras c os segmentos dc classe média civis e militares — não tiveram condições, individualmente, de legitimar o novo Estado. Isto significa que cm substituição ao velho lema da Primeira República, segundo o qual "o café dá para tudo", nenhuma outra das frações dc classe envolvidas na "revolução" conseguira dar urna resposta adequada, demonstrando a dificuldade, por parte de qualquer urna delas, de impor seus interesses particulares como expressão dos interesses gerais da Nação” (p. 14).
Autora destaca que a produção historiográfica sobre o golpe gira em torno de duas controvérsias principais: a) negação x afirmação