Estado, sociedade e políticas sociais no cenário mundial.
DULCI, Soares Otávio. Estado, sociedade e políticas sociais no cenário mundial. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Escola de Governo de Minas Gerais, 1997. 21p.
Otávio Soares Dulci inicia o seu texto comentando sobre o final do século XX e a incerteza sobre o futuro, uma vez que as inúmeras mudanças de ordem social, econômica, política, cultural e tecnológica deixam a impressão de que os modelos de Estado baseados no passado estão obsoletos e não mais nos servirão. Segundo Dulci, tais mudanças sugerem a construção de um “cenário pós-moderno”, cujas tendências apontam para uma completa modificação no papel do Estado, em suas relações com a sociedade e com o mercado. Daí vem o foco principal do texto: “A crise do Estado no final do século XX”.
O autor apresenta um diagnóstico sobre o Estado contemporâneo, desde o inicio até o final do citado século. Inicialmente, destaca a diferença com o século XIX, quando havia paridade entre os ideais do liberalismo, ao contrário do século XX, que foi marcado por projetos políticos que tinham em comum a característica de se apoiarem em Estados ativos e intervencionistas, como o comunismo, o social-democrata, o fascismo e o capitalismo politicamente regulado. Com a primeira guerra mundial e a crise de 1929 (grande depressão), os Estados passaram a exercer um maior controle sobre a economia e, em contrapartida, a investir em políticas de cunho social, contrapondo-se ao liberalismo-individualista.
Surgiram as leis de proteção aos trabalhadores, sistemas previdenciários e serviços sociais de massa, caracterizando o Estado do Bem-Estar (Welfare State). O autor descreve que, segundo Esping-Andersen, havia três tipos de Welfare State: Estados de Bem-Estar de tradição liberal (residual), que limitavam o direito à assistência pública somente aos necessitados e carentes; Estados de Bem-Estar social-democratas (universalista), cujo bem-estar era universal e visava atender a todas as classes; e Estados