Estado Social
Após a revolução de Abril de 1974 emerge a construção do Estado social como financiador e prestador de serviços à população, nas áreas da educação, saúde e apoio social.
Num regime em que o conhecimento passou a ser o fator chave, a educação ganhou uma grande preponderância política e social. Contudo, a distância que separa Portugal da média da União Europeia é ainda aterradora. Em 2001, a taxa de abandono escolar precoce era 44% em Portugal e de 17% na UE27. A baixa qualificação escolar da população de Portugal pode significar, em parte, desinteresse por parte dos cidadãos no prosseguimento dos estudos. Por outro lado, um sistema escolar penalizador e incapaz de uma integração eficaz de camadas socialmente mais desfavorecidas tem gerado elevados níveis de retenção.
Portugal é um dos países da UE27 que revelam maior diferença de rendimentos médios entre quem possui elevados e baixos níveis de escolaridade. Nos níveis de escolaridade mais baixos, o número de homens é superior ao das mulheres e entre aqueles que anualmente obtêm um diploma há um predomínio das mulheres: 59%, tanto em Portugal como na UE27, em 2009.
A vida das populações medicalizou-se e as estruturas de apoio multiplicaram-se. A oferta de equipamentos e de medicamentos cada vez mais sofisticados, o facto das pessoas se terem tornado mais exigentes e adquirido o hábito de cuidar melhor do seu bem-estar, o envelhecimento demográfico que gera necessidades de cuidados mais específicas e a crise económica criaram as condições para que as questões financeiras da saúde ganhassem mais relevo. O setor da saúde é, assim, um dos símbolos dos avanços sociais e da melhoria da qualidade de vida das populações.
Após a II Guerra Mundial, os países europeus foram consolidando, a ritmos diferentes e com uma amplitude diversa, sistemas de proteção social. Um modelo de organização em que o Estado se apresenta como grande agente da promoção (protetor e defensor)