Estado de Gaza
O Estado de Gaza, também conhecido como Império de Gaza, no sul de Moçambique, abrangia, no seu apogeu, toda a área costeira entre os rios Zambeze e Maputo e tinha a sua capital em Manjacaze, na actual província moçambicana de Gaza.
Foi fundado por Sochangane (também conhecido por Manicusse, 1821 - 1858) como resultado do Mfecane, um grande conflito despoletado entre os Zulu por consequência do assassinato de Chaca (ou Shaka) em 1828, que culminou com a invasão de grandes áreas da África Austral por exércitos Nguni.
O rei de Gaza dominou os reis Tonga (possivelmente o mesmo que Tsonga, da língua chiTsonga, a língua actualmente dominante na região sul de Moçambique) através dos membros da sua linhagem, os Nguni, comerciando marfim, que recebia como tributo, com os portugueses, estabelecidos na costa (principalmente em Lourenço Marques e Inhambane).
Aparentemente, Sochangane não fazia comércio de escravos – os seus guerreiros eram principalmente da sua linhagem –, nem devolvia aos portugueses os escravos que fugiam para a sua guarda.
Com a sua morte, sucedeu-lhe o seu filho Mawewe que decidiu, em 1859, atacar os seus irmãos para ganhar mais poder. Apenas um irmão, Mzila (ou Muzila) conseguiu fugir para o Transvaal, onde organizou um exército para atacar o seu irmão. A guerra durou até 1864 e, entretanto, a capital do reino mudou-se do vale do rio Limpopo para Mossurize, a norte do rio Save, na actual província moçambicana de Manica.
Em Mossurize, em 1884, ascendeu ao trono Nguni, Gungunhana, filho de Muzila.
Desenvolvimento
Havia um grande número de chefaturas e de reinos com agregados populacionais entre três e vinte mil habitantes e cujos chefes tinham um nível de vida superior ao da população, devido aos tributos que dela recebiam. Uma grande parte da África Austral, conheceu uma estrutura política semelhante.
Esta situação modificou-se como resultado de um período de lutas e de transformações políticas conhecidas por