Estado Atual do Gás Natural
Há anos se discute a necessidade de repensar o mercado de gás natural no Brasil, de maneira que ele se torne um insumo mais competitivo para os setores de produção. A necessidade só aumenta quando observamos que, nos últimos dez anos, o mercado mundial de gás natural passou por varias mudanças, tais como o desenvolvimento da produção de gás não convencional e o aumento do comércio internacional de Gás Natural Liquefeito (GNL), isso fez com que tivéssemos o aumento da oferta e redução do preço mais competitivo. Não teremos uma mudança tão cedo quanto a isso, devido o governo ter a prioridade de abastecer as termoelétricas com o gás natural para a geração de energia elétrica. Também há a questão na diferença nos preços para o gás natural de acordo com o Estado de destino, isto ocorre devido a origem do gás (gás boliviano, nacional ou importado de outros países) ou da aplicação (gás natural para térmicas e para fertilizantes), só que não esta certo penalizar categorias de consumidores, sem que haja uma justificativa econômica. Temos o caso de São Paulo e dos Estados do Sul do país, onde, o gás natural importado da Bolívia tem o preço reajustado mensalmente por uma cesta de óleos e pelo câmbio, enquanto, o preço do gás natural nacional tem um desconto dado pela Petrobras de 30%, isso ocorre também com o GNL, que é entregue aos consumidores por um preço abaixo do valor importado. Como o gás em São Paulo é 60% originado do Gasoduto Bolívia-Brasil (GASBOL) e 40% de outras fontes, o valor médio pago pelo consumidor paulista é de R$ 0,79m³, no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o valor médio é de R$ 0,84m³ e nos estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais o preço médio é de R$ 0,69m³. Assim, vemos que metade do Brasil possui um preço menor que o restante do país, vale então ressaltar que o consumidor paulista é, justamente, a maior parte do consumo no Brasil, isto contribui então para diminuição da competitividade dos produtos