Esquizofrenia
DEFINIÇÃO
Segundo Atkinson (2002, p. 570), a esquizofrenia refere-se a “um grupo de transtornos caracterizados por profunda desorganização da personalidade, distorção da realidade e incapacidade de se adaptar à vida cotidiana”. O termo “esquizofrenia” (esquizo=divisão, pheria=mente) foi criado por Bleuler (1857-1939) para indicar um cisma mental entre pensamento, emoção e comportamento nos pacientes afetados. Segundo Kolb (1980), Bleuler, em sua teoria cismática, classifica dois tipos de sintomas. Os fundamentais (ou primários), específicos da esquizofrenia: associação frouxa de ideias, ambivalência, autismo e alterações de afeto. E os sintomas acessórios (ou secundários): alucinações e delírios, que são os de origem psíquica. Entretanto, talvez a classificação mais conhecida seja a de Crow (1980, apud SILVA, 2006, p. 263), que leva em conta características de curso, resposta a tratamento, prognóstico e substrato patogênico: 1) os principais sintomas da síndrome positiva ou (tipo I): alucinações e delírios; e 2) sintomas da síndrome negativa (ou tipo II): o embotamento afetivo e a pobreza do discurso. De acordo com a sintomatologia predominante realiza-se a classificação dos tipos de esquizofrenia. Os quatro tipos mais comuns são demência paranóide, hebefrenia, catatonia e esquizofrenia simples. O tipo demência paranóide, conforme Kolb (1980) se caracteriza pelos delírios numerosos, ilógicos e desligados da natureza, as alucinações e as perturbações de associações e de afeto. A maioria das vezes, a fase inicial da demência paranóide é marcada pela má abordagem interpessoal. Nos relacionamentos se mostra frio, retraído, desconfiado e ressentido com as pessoas. Esse tipo ocorre com mais frequência aos 30anos de idade. O tipo hebefrênico inicia-se geralmente na adolescência, a partir de uma depressão com reações afetivas superficiais e inadequadas. Alucinações são bem frequentes, que, na maioria das vezes, projetam conteúdos