Esquemas de imagens

Universidade de Caxias do Sul
Pós-graduação - Seminário de Leituras Orientadas em Linguística Cognitiva I
Discente: Kaline Girão Jamison (UFC)
Professora: Dra. Heloísa Feltes

Esquemas de Imagens
Contextualização Histórica

Tem sido característico da tradição filosófica ocidental, indagar sobre como as pessoas compreendem o mundo e fazem julgamentos sobre ele e tem enxergado o conhecimento experiencial como algo não confiável e, portanto, não passível de testes empíricos e de uma validação científica objetiva. Assim, ao longo dos anos, optou-se por estudar a mente separada do corpo, como uma entidade abstrata, ou seja, a razão transcendental ao corpo e ao mundo, o verdadeiro conhecimento pertencia à mente.
A negligência em relação ao corpo tem permeado o pensamento intelectual do ocidente desde a Grécia Antiga, tendo Platão como um dos primeiros a desprezar o papel do corpo para o desenvolvimento da razão, conforme demonstra este fragmento do diálogo de Phaedo (ROWE, 1993, p. 88):

O corpo nos enche de desejos e medo e todo tipo de contrasensos e como conseqüência, literalmente, nós nunca temos oportunidade para pensarmos sobre coisa alguma [...] É por isso que temos tão pouco tempo para a filosofia [...] Parece- me que, enquanto estivéssemos vivos, deveríamos continuar mais próximos doconhecimento e evitar ao máximo todo contato e associação com o corpo, a não ser que seja extremamente necessário [...]

Descartes, no século XVII, foi o grande defensor do dualismo entre mente e corpo, afirmando que a primeira é racional, pensante, imaterial e privada, enquanto o corpo é considerado irracional, corrupto e físico, o que deu início a uma tradição epistemológica que valoriza o racional, atribuindo ao corpo o papel de “substância corrupta e física”.
Na década de 50, a visão simbólica da cognição, influenciada, de certa forma, pela dicotomia cartesiana mente-corpo, passou a conceber a cognição como uma forma de manipulação simbólica abstrata. Devido