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Belém, 21 de outubro de 2014

Prezado editor chefe, do jornal O liberal.
O senhor e eu podemos afirmar com segurança que a violência em Belém atingiu proporções caóticas. Para chegar a tal conclusão, não é necessário recorrer a estatísticas. Nem muito menos sair de casa, a violência está presente em nosso cotidiano. Estamos tão envolvidos com a violência, que tendemos a acreditar que o mundo nunca foi tão violento como agora. Essa percepção pode ser correta, mas precisamos pensar nas diversas dimensões em que pode ser interpretada. Hoje não precisa ser especialista em criminalidade ou segurança pública para perceber que o crime atingiu níveis insuportáveis. As vítimas da violência têm a sensação quase de alívio quando, num assalto, perdem a carteira ou o carro - e não a vida.
Essa insegurança gera uma variante ainda mais assustadora. É o crime com crueldade, como exemplo, a morte trágica de Tim Lopes, o repórter da Rede Globo que realizava uma reportagem sobre tráfico de drogas e exploração sexual de menores em um baile funk numa favela da Zona Norte do Rio de Janeiro, é apenas o exemplo mais recente de uma tragédia que se repete a toda hora. Assim como estes, muitos outros crimes por vários motivos ocorrem em nossa cidade e no Brasil todos os dias.
Se pegarmos qualquer jornal para ler a parte policial, é alarmante o numero de crimes e a forma como ocorreu, parece que a vida perdeu total sentido, e que o bandido precisa brutalizar as suas vítimas de forma cruel, chocante, que algumas vezes estão associadas a regiões pobres. Mas esta ideia é erronia e desafiam qualquer lógica que vincule, de modo simplista, indicadores sociais que explicam a violência dessa forma. Porque acreditamos que o ponto crucial pode está centrado à saúde física e mental, saneamento básico e, sobretudo, à educação. O desafio se encontra neste pilar, e, é nosso dever analisar e buscar formas para combater a violência.
Espero que o senhor publique esta carta como forma de