Esporte e o Lazer
Todos estes acontecimentos levam a uma metamorfose no conceito esporte, no que se refere ao esporte participativo e as atividades físicas, pois o esporte não é mais compensatório para aliviar as tensões do trabalho, pelo contrário, o esporte de auto-rendimento leva a uma maior tensão já que é a própria representação do trabalho. Os investimentos do Estado no lazer, através do conceito de Estado de bem-estar-social e qualidade de vida levou a uma transformação no conceito de planejamento urbano e de políticas públicas no setor, e, com a ampliação dos praticantes de esporte sem fins lucrativos, constituiu-se grupos de jogos (esportes sem regras rígidas) participativos. O próprio desenvolvimento na área científica demonstrou um avanço no entendimento do esporte de lazer ou mesmo a perda da influência do esporte de alto rendimento nas aulas de educação física, pelo menos no plano do discurso.
É interessante notar que há um avanço no esporte não tradicional como esporte de aventura, que se aproxima muito mais do esporte de lazer do que do esporte de alta-competição. Para Elias e Dunning (1992) há um avanço nas formas de integração e associação nas atividades de lazer.
As atividades radicais suscitam sentimentos fortes criando tensões, provocando a excitação , o perigo imaginário e real, o medo, o prazer, a tristeza e a alegria. Neste sentido, é razoável defender a idéia de que os esportes de lazer como cultura espelham mais a sociedade atual que o futebol como monocultura. Dois fatores são fundamentais para esta análise: o primeiro refere-se à violência na prática do futebol. O segundo é o desenvolvimento do conceito de lazer. Quanto ao desenvolvimento do conceito de lazer é notório que as pessoas, de um modo geral, conheçam, se interessem e exijam práticas mais prazerosas. As atividades de esporte de lazer são amplamente difundidas e praticadas, elas levam a