Esporte na Escola: Mas é Só Isso, Professor?
Irene Conceição Rangel Betti
INTRODUÇÃO Atualmente, o esporte é o veiculo mais utilizado como forma de difusão do movimento corporal na escola de 1° e 2º graus. Mais do que isto, somente algumas modalidades esportivas tais como o futebol, basquetebol e voleibol fazem parte do conteúdo das aulas de Educação
Física. Outras modalidades como o atletismo e a ginástica artística raramente são difundidas entre os escolares desta faixa etária. Tendo em vista que os currículos que formam os professores incluem disciplinas como dança, capoeira, judô, atividades expressivas, ginástica, folclore e outras, de acordo com as opções de cada instituição, como explicar a pouca utilização destes conteúdos? Falta de espaço, de motivação, de material? Comodismo? Falta de aceitação destes conteúdos pela sociedade? Ou será que os professores desenvolvem somente os conteúdos com os quais têm maior afinidade?
Do ponto de vista do aluno, parecer haver realmente um identificação do significado da discilplina
Educação Física com o esporte, principalmente a partir da
5ª série do primeiro grau. Aproximadamente 80% dos escolares entrevistados por CAVIGLIOLI (1976) consideraram a Educação Física sob uma ótica esportiva.
Não há mal algum nisto, desde que possa haver oportunidades para conhecimento de outras práticas, e o indivíduo tenha condições de optar. Mas ocorre que até os alunos percebem a existência de outras possibilidades mas estas não são veiculadas na escola.
Em pesquisa desenvolvida em oito escolas, públicas e particulares (BETTI, 1992), verifiquei que o conteúdo desenvolvido raramente ultrapassa a esfera esportiva; mais do que isto, restringe-se ao voleibol, basquetebol e futebol. Fato ainda mais alarmamente foram as respostas dos alunos que, na maioria, afirmaram que gostariam de aprender outros conteúdos.
Observando estes pressupostos, o objetivo deste artigo é,