Espiritualidade
A angústia do homem na procura da “verdade” sempre houve. Há milênios que busca a resposta: O que é o certo? O que é único? O que é real? O que deve sobrepor a todos os conceitos já emitidos em todos os campos do comportamento humano? Donos da verdade, com suas éticas e sabedorias, existiram e existem aos milhões desde o antigo testamento. Porém, muitos desses sábios, pensadores e cientistas tiveram suas verdades rechaçadas, contraditadas, desmascaradas. Novos conceitos foram aparecendo, sepultando ideias científicas, filosofias e crenças antigas, num massacre a essas verdades equivocadas.
Vamos, por exemplo, até Abraão, de Ur, que quase matou seu filho por uma ideia dúbia. Ou até a era medieval, no triste tribunal da inquisição, que queimou na fogueira milhares de seres ditos hereges. Ou se quisermos, até a Bíblia Sagrada, proclamada como o livro que salva. No Novo Testamento, Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida...” (João 14-6). A se adotar esta orientação como única, a Igreja terá de enfrentar o Alcorão, os livros do confucionismo, judaísmo, islamismo, zoroastrismo, kardecistas etc.
Daí a indagação: qual a resposta a esse caldo cultural que sempre abalou a civilização? Como o homem deve enfrentar tantas vozes que clamam a verdade? Se ela, pela lógica, é uma, qual delas devemos seguir?
O ladrão, por exemplo, quando furta, está à procura de sua verdade. Isto ocorre com o homicida, estelionatário, político, religioso etc. Até a meretriz, no seu martírio existencial, simula o sofrimento vendendo o corpo na procura da sua verdade.
Nessa luta, o homem lança a guerra para impor sua verdade. Milhões morrem por ela. Enquanto isso, na ausência da verdade legítima, o homem se esconde em seu recôndito e se apega aos apetites vulgares da vida, numa transferência ambígua de valores que vicia a alma.
O pior é que haverá sempre os vendilhões em seus templos imensos e insanos, que vivem a propagar suas verdades estratégicas a troco do vil metal, num